Não, eu não inventei a Dona Elésia. Ela é uma senhora que vive numa ruela próxima a meu prédio e que usa maravilhosos métodos de persuasão. Qualquer argumento exaurido contra Dona Elésia pode ser facilmente destroçado pela simpática velhinha.
Certa vez minha avó estava falando com ela quando eu cheguei para cumprimentar ambas. Bastou eu virar para que D. Elésia visse minha bermuda modernosa abaixo do joelho e disparasse:
Certamente fiquei sem reação. Pois então, abaixei a cabeça e me recolhi. Num outro dia, discutindo sobre o fim de uma novela do SBT que ninguém assiste com minha tia, Dona Elésia disse:
- Eu acho que o Marcos Henrique vai se casar com Maria Cláudia!
- Tu vire gente, sua cabiçuda!
Imbatível. Até testei o modus operandi da simpática velhinha.
Fui discutir sobre caminhos para o Brasil, crise econômica e política internacional numa roda de amigos certa vez. Falavam bem do governo de Lula. Não tive dúvidas. Saquei minha Dona Elésia do bolso e ela bradou para todos: "Virem gente, seus cabiçudos!"
Levantei vitorioso e fui embora. Quando falarem bem do governo, não hesite, puxe sua Dona Elésia e vença a discussão antes que o ambiente se torne perigoso para o convívio.
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